Biografia da Professora Lândia Santos Batista
Documentário
O BAIRRO
Por volta de 1965, o Sr. Valdomiro Gallo, proprietário do sítio São João faz um
loteamento de suas terras. A partir daí, a terra que antes produzia uvas e
pêssegos, passa a dar lugar às primeiras casas, iniciando desta forma o bairro
São João.
HISTÓRIA DA ESCOLA
A escola foi construída à Rua Engenheiro Abraão,
nº210. Na época de sua construção, em 1975, a escola era pequena, formada por
apenas um pavimento térreo, com dez salas de aula que abrigariam crianças da 1ª
a 4ª série do antigo 1º grau. Em fevereiro de 1976 começa a funcionar. De forma tardia,
em 1981 foi inaugurada. Provavelmente para atender a demanda da sejam de, em
1985 passa as funcionar como escola de 1º e 2º graus. Recebendo as primeiras
turmas. De forma tardia, em 1981 foi inaugurada. Provavelmente para atender a
demanda da própria escola, em 1985 passa as funcionar como escola de 1º e 2º
graus. De acordo com informações colhidas em depoimentos de ex-alunos e
registradas em um álbum de fotografias que retratam atividades desenvolvidas
durante o período de 1980 a 1986, gestão da Diretora Hilda Maschieto,
constatamos que nessa época existiu um grupo que idealizou transformar a rotina
escolar em uma educação que pudesse levar os envolvidos no processo a sonharem
com a possibilidade de mudanças. Há mais vinte anos foi escrito pela então
diretora as seguintes palavras que abrem o álbum: Muitas fotos registram
atividades desse período, mas basta olharmos algumas para termos noção de como
era a escola. Como acontece com todo grupo, depois de um determinado tempo
junto, por circunstâncias da vida, cada qual seguiu seu destino. No entanto, o
ano de 1987 na escola foi marcado um triste fato, a morte de uma jovem
professora que fazia parte desse grupo. Por isso, quatro anos após seu
falecimento, em 1991, em uma homenagem póstuma, a EE Jardim São João passa a ser denominada EE LANDIA DOS SANTOS BATISTA.
Quem foi à professora Lândia?
Em 1958 Lândia Almeida Batista nasce
em São Paulo, a dois de setembro, filha de Benício Almeida dos Santos e Maria
do Carmo Santos, nordestina de Pernambuco migrados em l957 para o nosso
município. Lândia viveu grande parte de sua infância na Vila Corrêa-Ferraz de
Vasconcelos. Estudou da 1a. a 4a. Série na. E. Edir do Couto Rosa, passando a
E.E. Iijima onde colou o Ensino Médio. Formatura 4ª serie - EE Edir Couto Rosa.
Em1978 forma-se em Estudos Sociais pela Universidade de Mogi das Cruzes. Desde
cedo era uma moça dedicada batalhadora. Trabalhou numa oficina de costura e posteriormente
como bancária, deixando sempre sua marca registrada: a alegria. Em 28 de
Outubro, casa-se com Fernando Roberto Batista.
Formatura Ensino Médio. Em 1980 nasce sua primeira filha:
Amanda. 1981 Volta à escola, não como aluna, mas como uma eficiente,
carismática e organizada professora de História na escola Iijima, onde exerceu
seu tempo de serviço na educação. Exerce a função de Orientadora de Educação
Moral e Cívica na Escola São João, escola esta que recebeu seu nome em
homenagem póstuma em 1991.
Em 1981 nasce sua segunda filha: Janaína. 1987
encerra-se sua trajetória, falece a seis de novembro devido a um câncer de
mama. Como aluna na EE Iijima
À memória da Professora Lândia
Profª Lândia não é apenas um nome em um prédio
de concreto. Ela foi uma pessoa que em sua breve passagem pela vida, amou,
lutou, sonhou e deixou saudades: nos pais que até hoje choram sua ausência, nas
filhas que possivelmente pensam em como teria sido a vida com a presença da
mãe, nos irmãos que perderam uma companheira, nos amigos e colegas que perderam
a convivência com sua alegria, dinamismo e entusiasmo pela vida. Viveu pouco,
para quem tinha pressa em fazer muito. Com o pai, na Formatura da Universidade.
Ainda adolescente aprendeu a batalhar para não pássaros dias em vão. Construiu
precocemente uma família uma carreira, ambas interrompidas muito cedo, mas que
deixaram frutos. Como mãe, deixaram Amanda e Janaína, duas jovens amáveis que
têm o mesmo carisma e demonstram ser batalhadoras como a mãe. Como
profissional, deixou um exemplo de dedicação honra ao título Professora. Mesmo
para aqueles que não a conheceram é possível essa constatação, seja pesquisando
um arquivo onde estão algumas anotações e atividades desenvolvidas por ela,
seja em documentos que atestam sua participação em projetos da Escola, seja em
depoimentos de colegas que testemunharam sua competência profissional, seja na
lembrança daqueles que a tiveram como educadora. Por uma fatalidade, faleceu
muito jovem, ainda tinha muito para contribuir em um sonho idealizado junto a
outros professores de sua época em transformar este espaço em uma escola
ideal... Passados vinte e três anos de sua morte, a jovem professora continua
nos ensinando. Ao relembrarmos sua história de vida, aprendemos a lição de que
estamos aqui de passagem, portanto, devemos fazer de nossos dias os melhores,
não passá-los em branco, ou lamentando o que poderíamos ter feito. Aprendemos
que se quisermos lutar para mudar alguma coisa, devemos lutar agora, não deixar
para amanhã, pois o futuro não nos pertence. Hoje se olharmos uns nos olhos dos
outros veremos que imperceptível o desejo de mudança para uma realidade
diferente da que estamos vivendo, sentimos urgência em construir uma sociedade
mais digna, igualitária e fraterna. Para isso, é preciso repensar a Educação com
seriedade e o devido respeito, pois é no espaço escolar o lugar onde devemos
ter as primeiras lições de humanidade, é aqui o lugar que devemos nos descobrir
como pessoas diferentes, que pensam diferente, que age diferente sim, mas que
temos um sonho em comum: sermos felizes. Devemos aprender também que não
construímos nada sozinhos, é aqui que devemos despertar a consciência de que
dependemos uns dos outros e que é necessário nos despirmos de todo orgulho e
vaidade pessoal, que é preciso dar as mãos, humanizar nossas ações eternas a
compreensão de que este é o caminho para a construção de um mundo melhor. Não
podemos mudar o mundo inteiro, mas podemos fazer desse espaço um lugar onde
possamos aprender mais sobre a essência da vida e a sermos multiplicadores de
sonhos e esperanças. Esse era o desejo de um grupo de professores de outrora e
do qual a professora Lândia fazia parte.
Utopia? – como se perguntaram há um
tempo continuará sem resposta. No
entanto, estamos aqui e há muito que ser feito, e isto é real. Então, que a
lembrança da juventude da Profª Lândia toque os nossos corações e nos encoraje
a ousar o sonho. Sabemos que um dia todos partirão, mas com a certeza de que
virão outros jovens com o desejo de renovação e onde há juventude os sonhos não
morrem jamais. Que os nossos dias futuros nesse espaço sejam de respeito, amor,
entusiasmo, esperança e, sobre tudo, de luta. Assim como foi Lândia dos Santos
Batista.
Profª Lândia dos Santos Batista ∗ 1958 † 1987